quarta-feira, 16 de julho de 2014

As desigualdades!

Ontem foi a primeira vez que eu saí de casa depois de voltar de viagem, é claro que eu conheço a nossa realidade muito bem, sei das desigualdades que há no nosso país, sei que os nossos impostos são absurdos e que há mais pessoas desempregadas que empregadas.
Também sei que a fama dos brasileiros não é das melhores no exterior, infelizmente também vi o que ocorre lá fora e não vou entrar no mérito nem julgar as pessoas, cada um sabe onde aperta o seu calo.
Quando eu fiz a primeira compra em Milão de produtos básicos de higiene pessoal, fiquei assustada com os preços, porque num primeiro momento estava na realidade do “real”, do nosso pobre “real”,
Três escovas de dente
Um creme dental
Um shampoo
Um condicionador
Um desodorante
Dois sabonetes
Um hidratante
Um total de 20,00 euros, caro demais para a nossa realidade.
Em seguida atravessamos a rua e compramos os chips de celular gastamos 40,00 euros para cada celular, sendo 10,00 euros para a franquia e 10,00 de crédito.
Quando chegamos ao Hotel fomos ao banho, o creme dental assim como todos os produtos vem lacrado, nada é adulterado, nem o creme dental, que parece medicamento que tem de virar a tampa para tirar o lacre para usa-lo.
O Shampoo e condicionador são colocados num tipo de vasilhame metal, não tem cheiro nenhum, nem cor, nem o desodorante.
O detalhe é que todas as coisas que eu comprei, tem uma diferença tão grande das que são feitas aqui, que nem mesmo os melhores cremes dentais produzem os melhores efeitos dos de lá.
Os melhores shampoos não são tão grossos, que chega a ser difícil de tirar do vasilhame como o que eu comprei lá, tampouco o condicionador, e faz o efeito benéfico.
Comprei um desses cremes da L’oréal, ante idade, que são caros pra caramba aqui, paguei 5,00 euros, desses que custam na faixa de 70,00 reais.
Para o meu espanto quando alugamos a casa e fomos ao mercado, que para eles é o nosso supermercado, o caro que é o Carrefour, começou a minha indignação com o Brasil, primeiro porque lá, não existe a barbárie de pegar nas frutas de qualquer jeito, nem tente fazer isso porque na Itália pelo menos isso é a maior gafe não pode que lá a carne é cara isso é verdade, açúcar são cristal e ruim e sal quase não tem nas coisas, não como nós colocamos nas coisas.
Nos primeiros dias eu apanhei para cozinhar, não sabia lidar com o fogão, fui colocar o óleo como coloco aqui, mas acho que aqui, comemos óleo com água ou veneno, tive de tirar a metade do óleo, era demais.
O pior dos azeites deles, não se compara ao nosso melhor azeite, todas as coisas que eu comprava pareciam cruas, batata, alho, cebola, tomate, alface, as frutas, o macarrão que é dieta diária do italiano e não apenas do italiano percebi que pelo menos dos lugares que passei e sopa.
O pão é duro, a manteiga não tem muito gosto e nem o leite, a água é ruim, não tem poluição, os carros e transporte coletivo são uma beleza, eles cobram taxas mas devolvem para o contribuinte com praças, transporte público de qualidade, serviço de saúde que com sete dias eu já podia usar, abrir conta bancária e etc.
Acabei concluindo que as coisas funcionam, que existe laser lá existe praça que as pessoas podem treinar sem pagar academia, as pessoas andam de bicicleta e não importunadas pelos motoristas, tampouco pelos pedestres.
Dá para andar as 2h00 da madrugada no centro da cidade sem medo de ser feliz e não ser assaltado, porque os carabinieres estão circulando o tempo todo pela cidade.
Passear pela cidade, não significa ser importunada por camelôs gritando no seu ouvido o tempo todo, tudo bem que existam ciganos, mas basta desviar deles, as lojas são bonitas, não precisa estar na Via Roma, Na Avenue des Champs-Élysées, ou ir para a Lombardia em Milão, na Via Montenapoleone, para ver coisas bonitas, existem muitas ruas bonitas, coisas baratas e pasmem de 3,00, 4,00 euros... Aquela calça que a Shakira estava usando no Fantástico, cansei de ver, certamente a dela deve ser de marca, mas por lá vi entre 20,00 e 30,00 euros, vai chegar ao Brasil custando uns 300,00 reais, porque nós compramos. Porque aqui é o País da desigualdade, é o país do resto, é o país que as coisas chegam adulteradas, que os carros são um lixo, mas as pessoas compram que pagamos duas vezes para ter o mesmo carro.
Esse é o país do absurdo, é o país que mata as pessoas aos poucos, porque lá as pessoas com 50 anos são novas e estão se casando, com 70 anos se morrerem é nova.
Não é a primeira vez que isso me acontece, quando estive no Uruguai, percebi que a nossa carne era ruim, mas agora foi muito gritante, perceber que lá eles preservam coisas que nós destruímos há muitos anos.
























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